Podia ser folha de videira nas correntes quentes do mediterrâneo. Daria à costa fruto desabotoado de espinhos submerso no desejo dos peixes de chegarem a terra para se tornarem pétalas de íris em papel de cor. E seria o ribeiro que levaria os sonhos das aves de regresso ao interior das suas veias acariciando a pele humedecida do orvalho marítimo herdado dos rituais do amor em plena clareira primaveril. Eu seria o vento sul da praia seduzindo a graça dos mares que ofertaria às estrelas vestidas de azul para voltarmos a sorrir.


Alberto Moreira Ferreira

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